Apresentação

No salutar transplante da civilização européia para as colônias do Novo Mundo ocorreram episódios de real destaque, entre eles a transferência da corte imperial portuguesa para a cidade do Rio de Janeiro, então capital do Brasil.

A imediata conseqüência dessa ascensão político-administrativa do Brasil, até então uma distante colônia portuguesa, às culminâncias de um novo império, teve efeitos extraordinários.

Após abrir os portos brasileiros a todas as nações do mundo, em 1808, Dom João VI assinou decreto assegurando aos cidadãos nacionais e estrangeiros, o direito à posse de propriedade territorial. Para tanto, era fundamental que os que aqui viessem desejassem efetivamente trabalhar e produzir e, ao lado dos colonizadores mais antigos, cooperar na construção do jovem império.

No decurso das décadas subseqüentes, o mundo inteiro passou a vislumbrar o Brasil como terra prometida, repleta de infinitas potencialidades. Desde então, os sonhadores desesperançados, os frustrados operários, os calejados e sofridos camponeses, os letrados e os analfabetos, os comerciantes e os aventureiros de todas as plagas se derramaram, qual onda de gigantesco maremoto, sobre o generoso e fecundo solo brasileiro.

Aos pioneiros da conquista do Novo Mundo - portugueses, espanhóis e negros africanos associaram-se na tarefa de soerguimento da jovem nação brasileira imigrantes procedentes de todos os continentes. Os que aqui apartavam, repletos de entusiasmo e esperança, estavam certos de que o Brasil era a terra generosa e abençoada, o lendário e tão procurado Paiquerê dos primitivos habitantes da selva brasileira.

Tombaram seculares florestas e vastas planícies foram revolvidas e cultivadas. Sobre elas foram lançadas as sementes que, sob o amanho adequado, propiciaram o pão autenticamente nacional.

Nessa gloriosa tarefa, o ádvena foi persistente e valoroso. E enquanto nas áreas de cultura vastos canteiros de cereais douravam sob os raios fecundantes do sol, lá no recesso dos lares nasciam gerações de crianças, belas e sadias, louras como as espigas maduras, hoje integrando o mais precioso .património demográfico de nossa terra.

Modernamente, expande-se entre os integrantes da intelectualidade brasileira e os responsáveis pelo ensino das novas gerações, uma sadia preocupação com o estudo da pré-história e história brasileiras.

Para tanto, à medida que a terra vem sendo cultivada, estudiosos pesquisam velhos alfarrábios, freqüentam bibliotecas e, como resultado de tantas diligências, surgem magníficas obras de conteúdo literário e historiográfico que muito nos contam sobre o passado desta Nação.

Eis que, na mesma área e com idêntico objetivo, surge a pessoa do Dr. Carlos Renato Fernandes, paranaense de raízes profundas, de formação universitária, membro do Instituto Histórico, Geográfico e Etnográfico Paranaense, e figura de destaque entre os Foto Clubes nacionais, laureado que foi em diversos concursos e exposições.

Durante anos, como abnegado fotógrafo amador, ele percorreu o território paranaense, registrando em seus filmes policrômicos tudo aquilo que o empolgava, desde o reflexo de uma gotícula de orvalho até o esplendor tonitroante das cataratas; desde os humildes e murmurantes córregos até a impetuosidade de rios caudalosos; desde a agilidade de uma libélula até o azul prateado das graciosas papanás; desde a delicadeza de um colibri até o altaneiro vôo das gaivotas à beira-mar; desde a interminável planície até os picos de imponentes montanhas; desde o sorriso contagiante de uma criança até a impassível fisionomia de um ancião; desde a explosão das auroras até a melancolia dos ocasos; desde a preciosa relíquia do passado até o esplendor da atualidade. Toda essa operosa sensibilidade artística foi posta a serviço da historiografia de sua terra e de sua gente.

Desse precioso acervo, foram selecionadas várias imagens cujo objetivo único é mostrar o Paraná aos paranaenses, ao Brasil e ao mundo.

Ao folhear o belíssimo livro de Carlos Renato Fernandes, ao refletir sobre as expressivas legendas que vêm inseridas em suas páginas, posso afirmar que a tarefa que ele se propôs realizar foi cumprida em sua plenitude.

Os sentimentos autenticamente paranistas que emanam das imagens deste livro, tornam Carlos Renato merecedor dos nossos calorosos aplausos e do nosso profundo agradecimento.

Dr. Edwino Donato Tempski
Vice-Presidente do instituto Histórico,
Geográfico e Etnográfico do Paraná.

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© 14 out 1995, Marcio Jorge dos Santos